Menu fechado

O perigo oculto nas bijuterias

Olá, estamos por aqui para falar um pouco sobre os perigos da presença de metais tóxicos em bijuterias e também em joias.

Eu sou Alexandre Soratto, presidente do Instituto de Metrologia de Santa Catarina, e te pergunto: você sabia que algumas bijuterias podem causar sérios riscos a saúde e ao meio ambiente?

Isso porque ainda hoje, existem fabricantes que insistem em fazer uso do CÁDMIO, um metal que, apesar de ser muito bonito, brilhoso, maleável, barato, é muito perigoso.

O cádmio é classificado como um metal pesado, portanto tóxico.

Ele é muito poluente para o meio ambiente. Pode reduzir a fotossíntese, alterar o metabolismo e afetar o crescimento das plantas.

No ser humano, pode causar câncer, afetar vários órgãos como o fígado e os rins. Pode até prejudicar o desenvolvimento do cérebro em crianças.

É por isso que os EUA, o Canadá, países da Europa e também o Brasil, estabeleceram limites máximos para as concentrações de cádmio em bijuterias e joias, e também de chumbo, que é outro metal tóxico.

Para quem não lembra, há alguns anos aconteceu em vários países, incluindo o Brasil, uma enxurrada de bijuterias de baixo custo, oriundas da China. Na ocasião, descobriu-se que estes produtos tinham concentrações elevadíssimas de cádmio, acima de 30%, algumas chegando a incríveis 90% deste metal perigoso.

Com a regulamentação, estas irregularidades caíram bastante, mas ainda demandam a atenção de órgãos de controle.

Por isso, o Inmetro e o Instituto de Metrologia de Santa Catarina iniciaram uma campanha de orientação para fabricantes, importadores e comerciantes, para que observem as exigências regulamentares.

A concentração máxima admissível de cádmio no Brasil é de apenas 0,01%, e de chumbo é de 0,03%. São limites bem baixos, assim como os adotados em outros países.

O regulamento que estabelece estes limites foi aprovado pela Portaria Inmetro n. 123/2021, que pode ser facilmente encontrada na internet.

Orientações para fabricantes e importadores:

 É necessário que os fabricantes e importadores mantenham seus produtos isentos de cádmio e chumbo ou, pelo menos, dentro dos limites máximos estabelecidos.

Orientações para distribuidores e comerciantes:

  •  Certificar-se de que os produtos que estão adquirindo atendem a legislação brasileira.
  • Exigir de seus fornecedores notas fiscais que identifiquem, detalhadamente, os produtos adquiridos e os fabricantes, para que não venham a assumir sozinhos a responsabilidade em eventuais irregularidades.

Após a Campanha de Conscientização, o Instituto de Metrologia de Santa Catarina dará início a uma Operação de Fiscalização, inicialmente em fabricantes e importadores e, posteriormente, no comércio varejista.

Consequências de transacionar produtos irregulares:

  •  As bijuterias e as joias irregulares poderão ser apreendidas ou interditadas durante a fiscalização.
  • O responsável pelo produto irregular está sujeito à autuação, e a um processo administrativo, podendo ser multado ao final do trâmite.
  • Possibilidade de perda da mercadoria apreendida ou interditada.
  • Comerciantes sem nota fiscal que comprove claramente a origem de seus produtos assumem a responsabilidade total pelo produto irregular.

É isso. Hoje vimos que o Instituto de Metrologia do Governo de Santa Catarina está preocupado com a sua saúde e com o meio ambiente. Iniciou uma campanha de orientação de fabricantes, importadores e comerciantes de bijuterias e joias, para que mesmo aquela simples bijuteria barata, que até as crianças usam, não venha a oferecer risco à saúde e nem ao meio ambiente quando descartadas.  Um abraço aqui do Alexandre Soratto e até o próximo encontro.

Alexandre Soratto, pesquisador do Inmetro e presidente do Instituto de Metrologia de Santa Catarina.