Você já parou para pensar no poder que tem a comunicação?
Seja para o bem ou para o mal, a comunicação está presente no dia a dia das pessoas e das organizações.
Para que seja efetiva, deve ser compreendida por quem está sendo comunicado e, portanto, deve ser simples, de fácil entendimento.
Há alguns anos, o Inmetro e o Imetro-SC têm empreendido esforços para tornar suas comunicações o mais simples possível, em especial aquela que está em documentos oficiais, que são de interesse de empresas e usuários dos serviços oferecidos.
Neste contexto, nossa servidora do Imetro-SC, Cristina Chiquetti recebeu o Prêmio InovInmetro, ao participar de um grupo de trabalho do Inmetro, que ficou em primeiro lugar na categoria linguagem simples. O grupo, coordenado pelo servidor Joel Franceschini, com participação de Rodrigo Neves e Gabrielle Cassol, dentre outros servidores do Inmetro aplicou a linguagem simples nas Notificações de Autuação emitidas pelos órgãos da rede de fiscalização do Inmetro em todo o Brasil.
Para se ter uma ideia do poder de uma comunicação simples, vamos a um exemplo de uma informação escrita de duas formas. No parágrafo seguinte, a informação é escrita de uma forma que é bem comum em documentos oficiais de órgãos públicos. E, no outro parágrafo, a mesma informação escrita com técnicas da linguagem simples.
Linguagem comumente utilizada:
“O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro é responsável pela regulamentação da metrologia legal e da avaliação da conformidade de produtos no Brasil. Dentre os instrumentos de medição regulamentados estão os IPNA – instrumentos de pesagem não automática, os esfigmomanômetros e os etilômetros. Produtos pré-medidos também são alvo da legislação do Inmetro, no que se refere à massa, ao volume, as dimensões e o número de unidades. Na área da avaliação da conformidade, alguns produtos regulamentados são: artigos infantis, materiais elétricos, peças automotivas e produtos têxteis.”
Linguagem simples:
“O Inmetro é o Órgão que cuida das medidas e da segurança de produtos no Brasil.
- Nas medidas, as balanças do supermercado ou da padaria, os medidores de pressão arterial e os bafômetros são alguns exemplos de medidores controlados. O Inmetro verifica também o peso, o volume, o número de unidades e as dimensões de produtos que são embalados sem o acompanhamento do consumidor.
- Quanto a segurança de produtos, o Inmetro estabelece regras para brinquedos, etiquetas das roupas, tomadas, interruptores e fios elétricos, pneus e freios, dentre muitos outros itens.”
A linguagem simples pressupõe o uso de frases curtas e palavras comuns para a maioria das pessoas, evitando termos técnicos, estrangeiros ou difíceis.
Um outro exemplo de uso da linguagem simples, agora aplicada em um texto oficial do Inmetro:
Texto original:
“A Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro, juntamente com organismos de acreditação congêneres de outros países, vem buscando estabelecer, por meio de cooperações regionais e internacionais de organismos de acreditação, acordos que possam promover a confiança daqueles que se utilizam dos resultados de ensaios e calibrações, assim como dos certificados emitidos por organismos de certificação acreditados para sistemas de gestão e produtos.
Os acordos de reconhecimento mútuo entre organismos de acreditação são uma das formas mais efetivas de facilitar a eliminação da necessidade de re-ensaio de materiais e de produtos nos países importadores, problema identificado pela Organização Mundial do Comércio (OMC) como uma das maiores barreiras técnicas ao comércio.”
Texto com linguagem simples
“Por meio de cooperações regionais e internacionais, a Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro vem estabelecendo diversos acordos de reconhecimento mútuo do Brasil, com organismos de acreditação de outros países.
O objetivo é fortalecer o setor produtivo nacional, promovendo a confiança nos resultados de ensaios e calibrações, e na certificação de produtos e sistemas de gestão das empresas brasileiras.
Benefícios dos acordos para os laboratórios, as certificadoras e as empresas:
- maior aceitação internacional dos ensaios, calibrações e certificações;
- eliminação de barreiras técnicas, como a necessidade de re-ensaio do produto no país importador;
- redução de custos nas transações comerciais;
- facilitação da circulação e do comércio de produtos.”
No Imetro-SC, seguimos a orientação do Governador Jorginho Mello de se aproximar do empresário catarinense com o objetivo de ajudá-lo. Estamos simplificando o entendimento da legislação do Inmetro para o setor produtivo e a comunicação simples está em nossas iniciativas.
Alexandre Soratto, pesquisador do Inmetro e presidente do Instituto de Metrologia de Santa Catarina.